Os produtos orgânicos são uma opção saudável e sustentável para aqueles que buscam uma alimentação mais natural e livre de agrotóxicos. O cultivo orgânico tem ganhado cada vez mais espaço no país, sobretudo pela demanda mais saudável dos consumidores quanto pelos benefícios ambientais que podem proporcionar. Mesmo que os alimentos orgânicos estejam livres de agrotóxicos, eles ainda estão mais sujeitos a contaminação como bactérias, vírus e fungos.
A higienização e sanitização adequadas ajudam a reduzir o risco de doenças transmitidas por alimentos e garantem que os produtos orgânicos sejam seguros para consumo. Porém, alguns desinfetantes podem ser tóxicos e deixar resíduos nos alimentos ou no meio ambiente. Assim como também pode afetar a cor ou qualidade nutricional dos alimentos.
Por isso, o ozônio tem sido cada vez mais utilizado como uma alternativa natural, segura e eficaz para a desinfecção de alimentos orgânicos. O ozônio é um gás natural, um poderoso agente oxidante capaz eliminar microorganismos indesejados. Isso inclui bactérias, vírus e fungos, sem deixar resíduos químicos nos alimentos e ainda prolongando seu prazo de validade.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o responsável pela regulamentação desses alimentos, por meio da Instrução Normativa nº 46, de 6 de outubro de 2011, ela estabelece as normas para produção, certificação e comercialização de alimentos orgânicos no país. Periodicamente, auditorias verificam se a produção está em conformidade com as normas estabelecidas para realizar a certificação.
Já que é expressamente proibido a aplicação de produtos químicos sintéticos, por meio da IN MAPA/MS nº 18 de 2009 existe um regulamento técnico para o processamento, armazenamento e transporte de produtos orgânicos. Nele, há uma lista de produtos de limpeza e desinfecção permitidos para uso em contato com os alimentos orgânicos, entre eles, o ozônio. Dentre os produtos listados, o ozônio é o único que garante uma completa desinfecção sem precisar de um enxague, pois não produz nem deixa resíduos nos alimentos.
A sanitização é essencial para garantir a qualidade microbiológica de frutas e vegetais, reduzindo a presença de patógenos. No entanto, além de ser eficaz contra microrganismos, o sanitizante deve ser seguro para o consumidor em termos toxicológicos.
A indústria de alimentos utiliza amplamente compostos clorados como sanitizantes para garantir a higienização. No entanto, compostos clorados vêm sofrendo restrições quanto à sua utilização, devido à formação de subprodutos altamente tóxicos e cancerígenos, como os compostos organoclorados, trihalometanos (THMs) e ácidos haloacéticos, quando aplicados em materiais orgânicos.
O interesse no ozônio como alternativa ao cloro e outros desinfetantes químicos se deve às suas características positivas, como alta eficácia sanitizante, amplo espectro de ação, ausência de subprodutos prejudiciais ao meio ambiente e tóxicos ao consumidor, e a possibilidade de gerá-lo no local de uso, sem a necessidade de armazená-lo.
A aplicação ozônio como água ozonizada se justifica para produtos que necessitam de uma etapa de lavagem, cumprindo uma dupla função de limpeza e sanitização. O uso do gás ozônio como fumigante pode ser uma solução eficaz para desinfetar alimentos durante o armazenamento e transporte em câmaras adequadas. Mesmo em condições de alta temperatura e umidade, essa técnica pode prolongar a vida útil dos alimentos.
Dentre as novas tecnologias no controle de pragas e sanitização, o ozônio é uma alternativa ecologicamente correta e economicamente viável na manutenção e preservação da qualidade dos produtos orgânicos. A ozonização de alimentos orgânicos atende aos desejos dos consumidores por alimentos seguros, nutritivos e de qualidade. Além de seguir a tendência crescente de tecnologia ambientalmente amigável na preservação desses alimentos e do meio ambiente.