Você sabia que o ozônio pode ser uma solução eficiente no tratamento de efluentes industriais? Isso mesmo! Além de ser uma obrigação legal, a adequada gestão dos resíduos líquidos é essencial para preservar o meio ambiente e garantir a saúde pública. Portanto o tratamento de efluentes industriais acaba se tornando uma preocupação constante para as indústrias de diversos segmentos. Nesse contexto, o ozônio tem se mostrado uma solução eficiente e sustentável, capaz de atender às demandas de diferentes indústrias.
As indústrias que podem se beneficiar do uso do ozônio no tratamento de efluentes são diversas. Desde a indústria química, que gera grande quantidade de resíduos tóxicos, até a indústria alimentícia, que gera efluentes com alta carga orgânica. Além disso, o ozônio também pode ser utilizado no tratamento de efluentes hospitalares, farmacêuticos e de papel e celulose.
O uso do ozônio no tratamento de efluentes industriais traz diversos benefícios. Além de ser um método sustentável, ele também é eficiente na remoção de compostos orgânicos e inorgânicos presentes nos efluentes. Além disso, ele não gera subprodutos tóxicos, como é o caso do cloro, por exemplo. Sua ação é extremamente eficiente na degradação de poluentes, como matéria orgânica, corantes, pesticidas, óleos e graxas, entre outros.
Mas, afinal, como o ozônio pode ser útil no tratamento de efluentes industriais? O ozônio é capaz de reagir com uma numerosa classe de compostos orgânicos, o que o torna um agente extremamente eficaz no tratamento de efluentes industriais. Devido, principalmente, ao seu elevado potencial de oxidação (E0 = 2,08 V), superior ao de compostos reconhecidamente oxidantes, como H2O2 e o próprio cloro. Diferentemente de outros produtos químicos utilizados nesse processo, o ozônio não deixa resíduos tóxicos, sendo convertido novamente em oxigênio após sua ação.
Dessa forma, a combinação do ozônio com processos físico-químicos, como filtrações, a coagulação/floculação, decantação, a adsorção em carvão ativado, por exemplo, pode potencializar a eficiência do tratamento. Sua ação envolve tanto a oxidação de compostos orgânicos e inorgânicos presentes nos efluentes como também realizar a desinfecção do efluente, contra um amplo espectro de microrganismos, devido à alta capacidade sanitizante do ozônio.
Os geradores de ozônio são responsáveis pela produção do gás, que deve ser introduzido no sistema de tratamento na quantidade correta e pelo tempo necessário de contato com o efluente. Ou seja, o ozônio é produzido no próprio local de aplicação e de maneira automatizada, evitando o manuseio e armazenamento de produtos químicos tóxicos. Além disso, é fundamental contar com profissionais capacitados para operar os equipamentos e monitorar o processo de tratamento.
Diversas indústrias, como do setor de alimentos, químicas, do setor têxtil, agro, entre outras, podem se beneficiar da adoção do ozônio no tratamento de efluentes. Embora a importância dessas indústrias para a economia nacional, sua atividade gera efluentes em grandes quantidades.
Efluentes têxteis apresentam composição química variada, baixa degradabilidade por processos biológicos, elevada DQO, além da presença de compostos tóxicos. A presença dos corantes associada ao efluente têxtil é de fácil detecção, o que pode vir a reduzir alguns processos fotossintéticos. portanto, durante o processo de ozonização ocorre a descoloração do efluente devido à clivagem oxidativa dos grupos cromóforos, além de aumentar sua biodegradabilidade.
Já os efluentes farmacêuticos são característicos pela baixa biodegradabilidade e por compostos refratários, os quais os processos químicos de remediação removem mais eficientemente por. Portanto, a ozonização é um processo bastante efetivo na oxidação de produtos farmacêuticos constituídos por compostos refratários.
O ozônio além disso, é capaz de reagir com inseticidas organofosforados, pesticidas organoclorados e organonitrogenados, sendo efetivo na degradação. A técnica de ozonização demonstrou ser a mais eficiente na eliminação de diferentes pesticidas em águas residuais, em comparação com outros Processos Oxidativos Avançados. Oxidativos Avançados.
A utilização da técnica de ozonização tem se mostrado altamente eficaz na degradação do efluente gerado pelas indústrias. Ela é capaz de descolorir o efluente, oxidar compostos refratários, eliminar a toxicidade e aumentar a sua biodegradabilidade. Assim como a redução de parâmetros como demanda bioquímica de oxigênio (DBO), da demanda química de oxigênio (DQO), da turbidez e da presença de metais solubilizados, entre outros.
Essa abordagem permite que a adequação do efluente para o seu descarte no meio ambiente com um impacto ambiental reduzido, ou até mesmo retornando ao processo para reutilização da água. A redução da carga poluente presente nos efluentes contribui para evitar multas e sanções ambientais, além de melhorar a imagem da empresa perante seus stakeholders. Além disso, a adoção de práticas sustentáveis pode ser um diferencial competitivo no mercado, atraindo clientes que valorizam empresas comprometidas com a preservação ambiental.
Além disso, o fato de a utilização de ozônio não gerar resíduos sólidos (como no caso do lodo ativado) e ser de fácil instalação e operação torna sua aplicação ainda mais atrativa. Porém dado deficiências dos tratamentos quando aplicados isoladamente, combinando-os viáveis para reduzir o impacto ambiental de muitos resíduos industriais. Nas etapas finais de tratamento, no chamado polimento do efluente, é a etapa considerada ideal para a aplicação do ozônio, onde os resultados são mais eficientes, como por exemplo a degradação de compostos orgânicos residuais das outras etapas do tratamento, a remoção da cor, turbidez e odor do efluente, contribuindo para a adequação dos parâmetros exigidos por lei para descarte de resíduos. Sob o aspecto econômico, o efeito polidor da ozonização é bastante interessante, pois também reduz o consumo de ozônio no processo.