Você já ouviu falar sobre o tratamento de efluentes? O termo “efluentes” se refere aos resíduos gerados pelas atividades industriais e comerciais, que podem ser prejudiciais ao meio ambiente se não receberem tratamento adequado. O tratamento de efluentes industriais e urbanos vem tomando foco como assunto de suma importância atualmente, devido à grande carga de agentes poluentes lançadas no meio ambiente.
Como por exemplo, os corantes têxteis descartados nos efluentes apresentam um grande problema ambiental, impactando tanto de maneira estética quanto ecotoxicológica. A aplicação do ozônio vem ganhando cada vez mais aplicações industriais devido ao seu alto poder de oxidação quando comparado a outros agentes oxidantes – peróxido de hidrogênio e cloro, por exemplo.
Hoje, vamos explorar as potencialidades dessa tecnologia que tem se destacado nesse processo: o ozônio. Além de muito eficiente, o uso do ozônio é a opção mais prática e sustentável para tratar efluentes industriais.
Para a qualidade da água existem regulamentações por meio de resoluções e decretos que estabelecem critérios para a classificação dos corpos de água, bem como padrões de qualidade a se seguir para garantir a preservação e o uso adequado dos recursos hídricos. A Resolução CONAMA Nº 20/86 e a Resolução CONAMA Nº 357/2005 são exemplos de legislações que estabelecem esses critérios e padrões.
No entanto, muitas empresas enfrentam desafios na implementação de processos adequados para gerenciar a emissão de poluentes e garantir o cumprimento das exigências legais. É nesse contexto que a tecnologia do ozônio surge como uma possibilidade para atender aos requisitos necessários e facilitar o tratamento de efluentes.
Um tratamento típico envolve diversas etapas para garantir a remoção eficiente de poluentes e a segurança microbiológica dos diversos tipos de efluentes a serem tratados. As principais etapas envolvem um pré-tratamento, no qual remove sólidos grosseiros do efluente por mecanismos de ordem física, como filtros e peneiras. Em seguida, o tratamento primário separa fisicamente os sólidos sedimentáveis e flutuantes do efluente.
O tratamento secundário remove a matéria orgânica dissolvida e em suspensão por meio de processos químicos de coagulação/floculação. No tratamento secundário, abrange tanto processos biológicos aeróbicos quanto anaeróbico, capazes de remover poluentes específicos, processo de lodo ativado. A etapa de tratamento terciário ou tratamento avançado se aplica quando se deseja obter um efluente de melhor qualidade. Essa etapa tem o objetivo de remover poluentes específicos, compostos tóxicos ou de difícil biodegradação, além de eliminar microrganismos patogênicos.
O ozônio é uma forma de oxigênio (O3) que possui propriedades desinfetantes e altamente oxidantes, com utilização no tratamento de água e efluentes. Pode-se produzir o ozônio a partir do oxigênio (O2) por meio de um gerador de ozônio. Indústrias como a papeleira, têxtil, alimentos e bebidas podem ser beneficiadas empregando o ozônio no tratamento de efluentes.
Quando se aplica o ozônio no pré-tratamento por exemplo, facilita a degradação da matéria orgânica, como também oferece economia de produtos coagulantes e melhora na eficácia do tratamento subsequente. Existe a possibilidade também de agregar o ozônio ao tratamento físico-químico, possibilitando a remoção de cor em até 99%, redução de turbidez em até 75% e eliminação de mais de 90% de coliformes fecais e outros patógenos. compostos orgânicos não biodegradáveis
A maior eficácia da ozonização é no tratamento terciário, no qual contribui para a biodegradabilidade de compostos químicos e corantes oxidando-os. Além disso, permite controle de odor e reduções de mais de 75% no COD e 70% no BOD5. Portanto, o uso do ozônio no tratamento de efluentes é uma opção mais prática em comparação a outros métodos. Os geradores de ozônio são compactos e podem ser facilmente instalados nas indústrias, assim ocupando pouco espaço.
Ao optar pelo ozônio como método de descontaminação, as indústrias contribuem para a preservação do meio ambiente. Isso porque o ozônio é uma substância natural e não gera subprodutos tóxicos nem altera pH ou condutividade elétrica do efluente. Além desses benefícios, o sistema reduz o consumo de reagentes químicos, enquanto oferece uma operação simples, compacta e econômica.