Aqui vamos apresentar as vantagens e desvantagens do ácido peracético em comparação com o ozônio nos processos de sanitização industrial. Assim, ele é um dos químicos sanitizantes mais utilizadosnas cervejarias, em outras palavras, ele possui uma ação germicida contra diversos microrganismos. Ele é produzido através de uma reação de equilíbrio entre ácido acético e peróxido de hidrogênio, gerando o sanitizante e água – este equilíbrio quaternário pode ser visto na equação abaixo:
Resumidamente, o ácido peracético é um líquido limpo e incolor, acidez menor que 2 na escala de pH, e possui um cheiro bem característico. O cheiro de vinagre, por exemplo, é por causa que ele possui ácido acético. Além disso, por conta da sua instabilidade, deve-se armazená-lo em temperaturas preferencialmente baixas, em recipientes de vidro ou alguns tipos de plásticos. Por isso, o ácido pode se decompor em ácido acético e peróxido de hidrogênio – que por sua vez se decompõe em água e oxigênio.
Por conta da sua poderosa ação desinfetante permite diversas aplicações industriais e medicinais ao ácido peracético para esterilização de superfícies e materiais. Sua ação desinfetante é eficaz até em baixas concentrações e tempo de contato, assim o ácido peracécito na concentração 0,2% é o mais utilizado. Apesar de facilmente encontrá-lo em concentrações maiores. Resumindo seu mecanismo de ação, o ácido oxida os componentes estruturais e funcionais dos microrganismos, os matando ou inativando. Sua utilização se dá na sanitização do envase de garrafas, além do uso nos sistemas Clean In Place (CIP) das cervejarias. Leia também nossos artigos sobre limpeza CIP com ozônio e envase de cerveja.
O seu uso requer cuidados que se deve levar em conta. Os maiores problemas associados a desinfecção com ácido peracético é ineficácia a certos microrganismos, pode corroer ou reagir com alguns materiais, e pode apresentar riscos aos humanos. Ele é corrosivo para alguns metais, como aço liso e ferro galvanizado, mas é inerte a aço inoxidável e alumínio. Atualmente, há legislações que regulam o armazenamento de ácidos e outros tipos de químicos na indústria, por isso o investimento no armazenamento adequado é necessário.
Embora seus subprodutos não sejam tóxicos, ele não pode simplesmente descartá-lo ao meio ambiente, o que requer um tratamento químico. Também se sabe que o ácido peracético pode ser corrosivo no trato respiratório, o que exige o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) para sua manipulação.
Para a esterilização, o ácido peracético na concentração 0,2% pode ser aplicado diretamente na superfície. É só borrifar a solução ou no sistema CIP, preparando sua solução em água, no qual circula-se no interior dos equipamentos e tubulações. Porém ao final da sanitização requer múltiplos enxágues para não deixar resíduos que influenciariam na qualidade da cerveja.
O Ozônio também age como um desinfetante e pode considerá-lo o melhor e mais seguro sanitizante disponível, além de seu baixo custo. Verifique nesse link quais materiais são resistentes com ozônio, pois pode corroer certos tipos de materiais. O ácido peracético tem um alto potencial de redução, porém o potencial do ozônio é ainda maior e e possui uma variedade maior de microorganismos. Tudo isso sem descartar no esgoto produtos químicos, junto com litros de água necessários para enxaguar os seus resíduos, que podem ser prejudiciais aos humanos.
Além disso, por não produzir subprodutos, possibilita a reutilização da água em outros processos, além de proporcionar economia de energia pois utiliza-se em baixas temperaturas. A redução de custos com o ozônio também é uma ótima vantagem, pois atualmente o ácido peracético tem custos elevados e compras recorrentes. Já o ozônio, é gerado na própria indústria com apenas água e energia elétrica – evitando, também, riscos com o armazenamento. Assim, substitui-se os sanitizantes tradicionais de amplo uso pelo ozônio, reduzindo drasticamente a poluição e, acima de tudo, promovendo um melhor controle de biossegurança e qualidade.